Leio o noticiário e vejo uma nação tida por muitos como a número um em desenvolvimento econômico e educação apresentar armas para as suas crianças. Pior do que apresentar, construi-las nos moldes do perfil consumidor. Dizem que são para as crianças aprenderem desde cedo a caçar. Pode ser, quem sabe, que acreditem que alguém possa sobreviver ao apocalipse e estes sobreviventes serão suas crianças. Irão precisar sair à caça, achar cavernas para morar, fazer fogo, etc. Criança armada é como macaco armado. Ambos são inconsequentes, desastrados e sorridentes. Diz o ditado popular que quem brinca com fogo com fogo será ferido. Ou que quem procura acha. Mas a verdade é que os cowboys sem armas são o mesmo que petistas sem mensalão. A criança armada cresce e torna-se adolescente e como qualquer um testosteronizado ou qualquer uma progesteronizada no auge de um surto hormonal pode resolver dizimar uma turma de alunos ou espectadores de filmes cinematográficos. Ainda não soube de meninas liquidando inocentes dessa maneira, mas o cineasta e documentarista americano crítico à violência armada, Michael Moore, sabe que elas existem e estão preparadas. Os Estados mais ou menos Unidos da América têm em Barack Obama um laureado da Paz, um Nobel em 2009. Nem isso adianta. Caçar, ora caçar quem? Bichos? E pode? Matar animais tá abonado? Uma cambada de malucos sem precedentes mora ali vinda dos lugares mais doidos do mundo e o FBI nem se mexe. E o FBI permite cianças armadas sob a responsabilidade dos pais? Responsabilidade? Responsabilidade? Pais responsáveis? País responsável?
É o cúmulo do matador. Ensinar desde cedo, ensinar crianças a desprezarem vidas.
[Paulo Henrique Frias]
